sábado, 24 de setembro de 2011

Lonely night

Tem dias em que venho escrever por estar com uma série de pensamentos acumulados... na verdade é o que normalmente acontece...
Outros, que venho desabafar... pedir ajuda, às vezes sutilmente, outras nem tanto.
Hoje eu vim aqui simplesmente porque precisava conversar, e não tenho ninguém pra fazer isso agora.
Tudo começou com um sonho, que tive hoje à tarde.
Sonhei com um desconhecido. Me lembrava muito o ator de Beleza Americana, não o Kevin Spacey, o outro menino... sonhei que tinha acabado de conhecê-lo, e que o tinha levado à minha casa. Morava com meus pais ainda. O sonho foi bem simples, eu o apresentava aos meus pais, ele pedia pra trocar de roupa... depois ficávamos na sala, ele dizia que estava com o videogame com ele, e depois me beijava. Assim, na sala da casa dos meus pais, sendo um desconhecido. Depois disso eu acordei.
Eu fiquei triste com o sonho. Fiquei triste pelo desejo que ele implica.
Estou vivendo atualmente uma época em que tenho mantido minhas emoções bem trancadas em uma gaveta. Esta é a única maneira que encontrei pra suportar tanta solidão. E é uma solidão em todos os sentidos.
O problema é que eu sofri, muito recentemente, uma decepção tão grande, mas tão grande, que ela não cabe em mim. Ela transborda na minha face, nas minhas atitudes. E o pior de tudo é saber que a causadora dessa decepção foi eu mesma.
Não me refiro ao meu ex-namorado. Namorar com ele foi um erro, por mais que eu gostasse dele. Foi um ato de puro egoísmo e carência, uma vez que eu sempre soube, no fundo, que não daria certo.
Eu devia ter desconfiado que era bom demais pra ser verdade. É impressionante como, mesmo ao longo de 10 anos de sofrimento, eu não aprendi quase nada. Às vezes me sinto como aquela mesma garota de 14 anos que se apaixonou pelo menino cabeludo com o violão na mão. Claro que não é mais a mesma pessoa, nem a mesma maneira de pensar, nem o mesmo jeito de lidar com a dor. Mas a esperança foi exatamente a mesma.
Desde que aceitei que não teria meu primeiro amor de volta na minha vida, nem como amigo, desde que entendi que determinadas situações e erros são simplesmente ruins demais para serem reparados, e desde que parei, sinceramente, de sentir falta daquela época, eu imaginei viver coisas diferentes, emoções diferentes. Tinha me conformado à idéia de não sentir novamente nada tão intenso quanto aquilo, e de verdade, isso me deixava aliviada. Eu não quero aquela dor pra mim nunca mais. Eu estava pronta pra amar de outra forma, de um jeito mais saudável e mais feliz.
De certa forma, eu consegui isso. Me tornei uma pessoa mais tranquila quanto a meus sentimentos. Consegui me tornar uma pessoa menos sufocante, mais natural. Mais sensata, de uma forma geral.
Mas eu não sei até que ponto as coisas se perderam pra mim. Sei que quando eu menos esperava, pronto: lá estava outra pessoa. Completamente de surpresa, me pegando completamente desprevenida. Claro que tive outros relacionamentos entre esses dois em particular, mas nada poderia ter me preparado pra sentir com tanta intensidade de novo.
E ao mesmo tempo que foi completamente diferente, foi completamente igual. E por incrível que pareça, as diferenças tornam tudo ainda mais doloroso. Antes ele tivesse sido indiferente, desde o começo.
Eu não queria escrever sobre isso. Não queria que ficasse registrado, de nenhuma forma, pois foi tão curto e efêmero... mas eu nunca soube esconder o que sinto. Não por muito tempo, pelo menos. E talvez seja por isso que estou tão triste hoje.
A minha decepção é por ter me entregado tão completamente, mesmo sabendo que não iria durar... me atirei do abismo sem pensar, com a certeza que mais cedo ou mais tarde me espatifaria no chão. Eu não deveria ter feito isso. Por melhor que tenha sido, por mais viva que eu tenha me sentido, eu me arrependo. Porque quem sobrou com a dor foi eu, e o que é pior, não consigo nem contar com ele mais pra me ajudar.
E não posso culpá-lo, uma vez que ele foi completamente sincero, desde sempre. Ele continua sendo tão bom pra mim quanto sempre, mas o incômodo é meu. Não vou estragar a felicidade dele dizendo o quanto sinto sua falta. Não é assim que amizades funcionam.
E nesse misto de amor/amizade, que sempre é extremamente confuso, eu também já nem sei exatamente o porquê de eu sentir falta. Eu já não sei precisamente se é do amor que sinto falta, ou se da amizade. Só sinto que algo se perdeu no meio do caos, a espontaneidade, talvez. Pelo menos a minha sim.
A amizade é um dos motivos pelo qual eu não queria escrever, também. Não sei nem se ele sabe que esse blog existe, mas eu não gostaria que ele lesse esse post. Não gostaria que ele se responsabilizasse por essa tristeza minha. Mas eu preciso dizer. Preciso tirar isso de dentro de mim.
Sei que no fim das contas, essa decepção me leva ao meu estado atual: praticamente letárgica. Sem vontade de fazer outra coisa além de dormir. E dando muito pouco crédito às pessoas.
Sim, eu precisava muito de alguém do meu lado. Pra afastar essa solidão, e me tirar dessa concha. Me fazer abrir pro mundo novamente. E daí o sonho. E daí a tristeza.

Estou: Me sentindo horrivelmente sozinha
Quero: Colo
Saudades de: Pessoal de Madureira/Campinho e etc...
Ouvindo: Pearl Jam - Yellow Ledbetter

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