segunda-feira, 27 de junho de 2011

Falando com as paredes.

Às vezes acho que este ano de 2011 não passa de um fruto da minha imaginação.
Porque desde o começo do ano... e eu falo literalmente, desde o ano-novo... minha vida foi uma sequência de situações improváveis ou acidentais... e quanto mais eu paro pra pensar, mais eu me dou conta do quanto tudo isso é bizarro...
E o motivo que me fez vir escrever é, obviamente, aquilo que mais me incomoda: a razão pelo qual meu namorado terminou comigo.
Me incomoda, me tortura, me tira o sono, porque ele tem razão.
Porque com uma atitude, eu contrariei absolutamente tudo o que eu tinha dito pra ele até então.
Porque eu me considerei a mulher mais cretina e egoísta do mundo, por ter tido a capacidade de fazer isso com uma pessoa que eu sempre soube que era extremamente boa e pura, em essência. Por ter arruinado essa pureza.
Me dói o fato de tudo o que eu senti por ele ter sido verdadeiro, e eu ter atirado isso pela janela. E como tudo o que aconteceu de bizarro na minha vida esse ano, ainda assim eu não estou triste. Não tem como eu estar. Estão batalhando muito intensamente aqui do meu lado pra que eu não fique triste, e sinceramente, eu também não tenho mais energias pra ficar assim. Nos dois primeiros dias sem o Renan, emagreci dois quilos. Não dormia, não comia, só fumava. No terceiro dia, eu estava exausta. Pedi ajuda. E melhorei.
Mas eu estava pensando hoje, na capacidade que temos de lidar com as consequências dos nossos atos. Eu nunca fui uma pessoa de negar culpa, pelo contrário, normalmente tendo a querer carregar a culpa do mundo nas costas. Mas existem coisas que eu demoro a entender. Isso que eu fiz, eu com certeza não assimilarei tão facilmente, nem tão cedo. Fui completamente contra minha natureza e contra todos os meus princípios, e o que mais me assusta é o fato de eu não me arrepender. Escrevo isso aqui, de forma aberta, sabendo que o Renan pode ler... porque eu sei que atualmente ele não tem motivo nenhum pra acreditar em absolutamente nada do que eu digo, mas ainda assim estou dizendo a verdade. Estive dizendo a verdade o tempo todo. Apenas omiti fatos, como sempre.
Eu poderia colocar todas essas coisas num e-mail, diretamente pra ele... mas não quero invadir novamente o mundo dele. Eu não sou a pessoa certa pra ele, eu nunca fui, e na verdade sempre soube disso. Mas eu quis ser, eu quis muito ser. Acho que até agora, de todas as pessoas que conheci, ele foi o cara mais digno de ter o meu amor. Não digo que ele era perfeito, e sim que eu nunca quis que ele fosse. Eu o amei, de uma forma que me trouxe a paz mais verdadeira que eu senti em minha vida. Mas talvez haja mesmo alguma coisa de muito errada comigo, porque essa paz não me fez sentir uma pessoa completa. Fui feliz, fui extremamente feliz, mas não com a intensidade que me é inerente. Eu sabia que faltava algo. E acidentalmente, como todo o resto, encontrei o que faltava.
E assim tudo foi pelos ares. Eu voltei ao meu caminho tortuoso de sempre, mas já sabendo onde estão as frestas de luz que devo buscar. Sinto uma falta imensa de tê-lo em minha vida, mas de certa forma eu sei que não era pra ser. Sei que mais cedo ou mais tarde ele encontrará a felicidade verdadeira, seja com outra pessoa, seja na satisfação que tirar de suas próprias realizações. Sei que esse sofrimento, essa dor que eu estou sentindo, é merecida, e sei que aprenderei com ela. E sei que o que eu mais gostaria, nesse momento, não é que ele me perdoasse, mas sim que entendesse. De novo, por egoísmo meu, por alguma esperança que isso faça diminuir a culpa que sinto por tê-lo magoado dessa forma. Gostaria de vê-lo bem, de sentir que, independente do mal que eu possa ter causado, nada é irreparável, muito menos nosso coração. E vou querê-lo bem, sempre, independente do que pode acontecer ou se essa será a última vez em que irei escrever sobre isso.
(E depois de todas as vezes em que chorei pensando nisso, pensei que escrever esse post seria mais difícil.)

Estou: Cansada, estressada, calma, tudo ao mesmo tempo.
Quero: Ultimamente prefiro não falar dos meus desejos...
Saudades de: Hummmmm... deixa quieto... =P
Ouvindo: John Lennon - Julia

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