terça-feira, 19 de julho de 2011

Balanço geral 1

Eu acho que parte de nossa busca pela felicidade se trata de entender a pessoa que nós somos e a vida que realmente nos fará sentir como pessoas realizadas.
E é importante que a gente possa compreender que essa vida não necessariamente é uma vida onde tudo dá certo o tempo todo.
Eu troquei o que poderia ter sido o resto da minha vida da mais plena paz, por algo que provavelmente só me deixará feliz por alguns meses. Fiz isso conscientemente, mesmo que a vida tenha dado um empurrãozinho involuntário. E não me arrependo, e sei o motivo. Nesses últimos meses, me senti mais viva do que nunca. Até mesmo a dor me faz lembrar da intensidade de tudo o que estou vivendo. Não há felicidade sem dor, só há inércia. É a dor que nos faz valorizar cada precioso segundo dos nossos bons momentos, é a dor que nos traz o êxtase, o auge.
Eu não conseguiria viver uma vida confortável por muito tempo. Eu não sou estável, não poderia esperar que minha vida o fosse. Não conheço meio-termo, não sei amar pela metade, sentir pela metade, sofrer pela metade. Ou são nuvens ou é o fundo do poço, sempre. Nos intervalos de calmaria, quando flutuo na superfície, é quando não sei quem eu sou, nem o que estou fazendo, nem o que quero, e me incomoda profundamente.
Escrever sobre essas coisas me traz uma certa melancolia. Primeiro por saber que no fundo, ninguém poderá algum dia compreender exatamente a essência do meu raciocínio. Segundo porque existem pessoas que eu realmente gostaria que entendessem. Não por mim, por elas. Quando escrevi esse texto no meu caderno, originalmente, me referi a uma pessoa só, mas acho que não convém fazer o mesmo aqui. Não convém porque eu sou só uma espectadora. Ou não, mas acredito que sim.
Enfim... independente da dor que isso possa me trazer, é de novo uma questão de escolha. E ao meu ver, vale a pena passar por isso, em troca de todo o bem estar que sinto em alguns momentos. Mesmo porque, sei que estou sendo completamente sincera comigo mesma, e com todo mundo. É essa sensação que é verdadeiramente insubstituível.
Tenho a sorte de ser uma pessoa que analisa tudo. Não posso negar que às vezes considero isso um defeito, na verdade eu odeio ser assim sempre que minha cabeça fica tão cheia de pensamentos que sinto que vou explodir, como no surto que tive semana passada. Mas de fato, se eu não tivesse essa capacidade de parar pra pensar sobre cada coisa que me acontece e entender os motivos por trás de tudo, eu provavelmente não seria uma pessoa tão bem resolvida comigo mesma, como hoje. Sou ciente dos meus defeitos, minhas crises e minhas loucuras, mas posso me considerar uma pessoa que se orgulha de ser quem é.
Eu só gostaria, de verdade, que essa minha auto-consciência fosse capaz de ajudar as pessoas, no sentido que elas pudessem aprender com meus erros e não se fuder tanto. Mas, é claro, não é uma questão de simplesmente ensinar. A maioria das pessoas prefere descobrir as coisas por si próprio, pra tirar as próprias conclusões, e eu mesma sou assim, logo, não posso julgar. Só assistir. E torcer para que os danos não sejam tão permanentes quanto os meus.

Estou: "Flutuando", se é que me entendem.
Quero: Saber o que eu quero.
Saudades de: Acho que não tenho sentido muitas saudades de nada ultimamente.
Ouvindo: The Strokes - Ize of the world.

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